sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Talvez as últimas semanas não tenha sido uma das melhores ou tenha sido a melhor!
Em meio de flashes de alegrias e dores “incontroláveis” (não falo da dor física, mas sim do pior tipo dela, a espiritual) eu chorei e sorri como se fossem sentimentos ‘irmãos’.
Fiquei triste e nem sei por que, ou talvez eu saiba e por covardia não queira admitir e escancarar a minha dor. Todo esse ritual de fim de ano me deixa assim, sensível e melancólica, e uma parte de mim tem prazer em sentir-se assim.
Será que eu não quero ser feliz?
De vez em quando tenho essa impressão de que eu procuro a minha infelicidade, fico feliz no meio da tristeza. Porém não devo negar que esse é o “único” momento em que eu me tenho realmente, sem farsas, sem falsidades é ali” mano a mano”, “ olho-no-olho”,onde eu revelo meus medos, sonhos, angústias, minha realidade, minha saudade...
Ah minha saudade, minha fiel companheira, meu “porto-seguro” e ela que às vezes me faz sorrir como nunca e às vezes me faz chorar incontrolavelmente. Tenho andado percebendo que tenho saudades de tudo, de uma novela que passou meus amigos da infância, das brincadeiras, conversas, abraços, sorrisos, festas, porres, “ex”-amores, enfim de tudo que passou, e fico me perguntando será que só eu me sinto assim? Ou todos lá no fundo também sentem essa saudade constante? To começando a acreditar na minha mãe, quando ela fala que eu sou um museu em pessoa, rs!
Será que tudo isso é uma espécie de medo que domina? É medo de entregar-me ao novo, por isso me prendo ao passado, porque mesmo sabendo que acabou, passou e algumas vezes me fez sofrer, de certa forma eu já provei e tive a oportunidade de ser feliz ali naqueles momentos, é como se eu já tivesse um selo de garantia e mesmo que um dia o produto pifasse eu poderia consertar e acreditar que pudesse funcionar novamente, uma espécie de confiança. Ou talvez seja outro tipo de medo, um que eu soubesse, tivesse essa garantia de ser feliz de novo, porém o medo de possivelmente perder essa tal felicidade fizesse com que eu me bloqueasse.
Às vezes sinto que isso nunca vai passar que eu sempre vou carregar essa magoa, esse medo aqui dentro de mim. Já outras vezes penso em se ser tudo passageiro e que tudo isso seja uma espécie de teste, é Deus testando minha fé, e um futuro glorioso me espera!
Quando penso na 2º opção sinto-me leve e confiante, mas logo vem o pessimismo que me domina e eu me pego lamentando e chorando minhas magoas.
Abraço-te sem te sentir, te sinto sem te ver, te vejo nos meus sonhos, sonho sem realização, falo sem você ouvir, mas ainda te ouço. E não vou negar tenho guardada aqui uma enorme esperança, mesmo sabendo da menor possibilidade, hoje desejo como nunca que tudo isso realmente acabe e que eu não sinta essa duvida constante e esse medo de viver.
Pensava que me fechando no meu ciclo de fantasias eu seria mais feliz, pronto tinha encontrado a formula da felicidade, eu simplesmente fechava os olhos e sonhava e lá acontecia tudo que eu esperava e depois eu tentava sorrir e acreditar que tudo tinha sido verdade e que tudo estava bem.
Mas a vida não pode ser assim e eu já sou grande de mais pra viver no mundo de conto de fadas, realmente eu estava feliz nesse tempo em que eu andava sonhando, porém era uma falsa felicidade e de falsidade na minha vida já estou cheia. E tudo ficava pior quando tinha que me deparar com a realidade o que não era muito inevitável e quando isso acontecia me fazia de durona para os outros e para mim, dizendo que não era nada. E outras vezes chorava calada, naquelas noites bem frias e acordava no outro dia com os olhos um pouco inchados mais nada que uma maquiagem não resolvesse e seguia enfrente, porém dessa vez foi diferente por mais que eu tenha chorado calada em uma noite fria, no outro dia não teve maquiagem que resolvesse porque quando me olhei no espelho senti falta de uma coisa que eu não vejo faz tempo, aquele sorriso, com o brilho nos olhos que eu sei que está apagado que foi arrancado de mim sem pedido de licença, e o pior se um pedido de desculpas.
Fico com raiva desse mundo em que muitas vezes não podemos admitir o que sentimos, por delicadeza, educação sei lá o que. Fico com raiva por que vejo gente mentindo, enganando, usando as pessoas e fico com mais raiva ainda em saber que eu também faço isso. Fico com raiva pelas loucuras que eu fiz e nada der adiantado e fico com mais raiva por ainda pensar em repeti-las.
Fico com raiva de não saber o significado de amar e saber tão bem o significado de sofrer. Fico com raiva em saber que o “Eu te amo” não é nada diante de muitas pessoas e que virou uma palavra comum. Fico com raiva de ser tão romântica nos dia de hoje onde a maioria das pessoas só pensa em sexo e sei que muitos garotos me vêem como um “pedaço” de carne e esquecem que aqui bate um coração. Fico com raiva e fico com raiva e essa raiva me faz chorar, e chorar muito.
Hoje me vejo mais perdida que cego em tiroteio, sem chão, sem a quem recorrer. O que me leva a diante e a crer que tudo isso vai melhorar é a fé que eu deposito em Deus, porque se não fosse Ele ao meu lado, não quero nem imaginar o que seria de mim...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

É a vida !

Hoje parei pra prestar atenção na minha vida e no rumo que ela seguiu. E vi que todos os meus sonhos, desejos muitos se foram com o tempo...
Saudades do meu tempo de criança, da minha ingenuidade, do meu sorriso sincero, das amizades, brincadeiras, até das lagrimas, saudades do tempo em que todos os meus problemas eram não poder brincar na rua, ter que dormir cedo ou até mesmo comer beterraba.
Hoje tenho que ver a vida com outros olhos, fui “obrigada” a crescer e nesse processo já passei por muitas coisas boas e ruins que me ajudaram bastante.
Vi pessoas queridas morrerem, fui a festas inesquecíveis, passei noites chorando, fiz viagens maravilhosas, perdi grandes amizades por negligência, tive beijos de tirar o fôlego, despedidas impagáveis, abraços protetores, já perdi a pessoa amada por insegurança.
E tudo isso me fez ser a pessoa que eu sou hoje, talvez não uma das melhores, nem piores. Não sou normal, tenho minhas crises de doidas diariamente, faço coisas no impulso, vivo como se fosse o ultimo dia, geralmente me ferro com isso, mas estamos todos aqui pra aprender.
Refaço meus acertos e guardo com muito carinho meus erros, pois muitos deles por instantes me fizeram muito feliz. Aprendi que quando se erra tem que admiti-lo, não vale a pena guardar magoa, temos que amar a si próprio para dizer ‘ Eu te amo ‘ a alguém, perdoar pra ser perdoado, não confiar em promessas e nem fazê-las se não podemos cumprir-las, o tempo que por mais longo que seja ele é nosso amigo, às vezes vale mais ter uma pessoa dentro de você do que ao seu lado, por melhor que uma pessoa pode ser um dia ela poderá te magoar, confiança é uma coisa frágil que quando é quebrada é inconstituível, saudade é uma coisa indefinida, mas eu melhor do que ninguém sei que o pior estado dela é aquele em que sabemos que nunca mais teremos.
Apesar de tudo sou feliz, claro tenho meus momentos de fossa rs! Mais nada que um porre não resolva ( brincadeira).

domingo, 7 de dezembro de 2008

"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir.
Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando...
Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa.
Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
  • Clarice Lispector
Desapego

Você era sol e eu queria luz. Era chuva e eu precisava de água. Éramos começo, novidade. O primeiro doce do pacote, a primeira mordida de uma boca com fome. E eu era faminta. Saboreava a vida como um tempero exótico. Eu era a cega que voltava a ver, e você era a primeira tonalidade. Enfim, éramos um doce. Um doce problema. Porque o problema de toda novidade é que o novo tem validade.Curta. Não importa o quanto o sentimento seja legítimo: se é novo, uma hora fica velho. Com o tempo, cria artrites, os ossos enfraquecem, e como nas pessoas, o coração falha. Às vezes entope, às vezes corre. Mas tem vezes que pára. Hoje eu quis entender porque é que o meu desacelerou. Se era antes capaz de parar o tempo, decretar a paz e jurar estabilidade, hoje negou a si mesmo. Não porque era superficial, nem porque não aguentou o tranco. Sinceramente, eu nem sei bem o por quê. Só sei que hoje eu quis um pouco mais de mim e um pouco menos de você.
valor quando tudo não parecer mais tão seguro. Sou vulnerável às mudanças do tempo e não tenho imunidade contra o desinteresse. Ninguém tem. Ninguém que teve um brinquedo, uma música favorita ou um sentimento extraordinário saberia eternizar o impulso do início. A insatisfação, muitas vezes, é o que faz as coisas andarem. E desta vez, ela me faz andar para um lado contrário ao teu.Por mais que a contraditória aqui seja eu. Ou que as palavras tão firmes de antes hoje pareçam poeira. Se até a dona natureza, que é sábia, tem mudanças de estações, eu - que sei tão pouco de tudo - acho que também posso ter. E posso criar meu próprio tsunami se bem entender. Correndo o risco sim, de parecer volúvel. Mas nunca me entregando à mediocridade que é viver com um coração resignado. Ou de oferecer amor em um tom apagado. Se é vida o que você me propõe, considere a missão cumprida.