Talvez as últimas semanas não tenha sido uma das melhores ou tenha sido a melhor!
Em meio de flashes de alegrias e dores “incontroláveis” (não falo da dor física, mas sim do pior tipo dela, a espiritual) eu chorei e sorri como se fossem sentimentos ‘irmãos’.
Fiquei triste e nem sei por que, ou talvez eu saiba e por covardia não queira admitir e escancarar a minha dor. Todo esse ritual de fim de ano me deixa assim, sensível e melancólica, e uma parte de mim tem prazer em sentir-se assim.
Será que eu não quero ser feliz?
De vez em quando tenho essa impressão de que eu procuro a minha infelicidade, fico feliz no meio da tristeza. Porém não devo negar que esse é o “único” momento em que eu me tenho realmente, sem farsas, sem falsidades é ali” mano a mano”, “ olho-no-olho”,onde eu revelo meus medos, sonhos, angústias, minha realidade, minha saudade...
Ah minha saudade, minha fiel companheira, meu “porto-seguro” e ela que às vezes me faz sorrir como nunca e às vezes me faz chorar incontrolavelmente. Tenho andado percebendo que tenho saudades de tudo, de uma novela que passou meus amigos da infância, das brincadeiras, conversas, abraços, sorrisos, festas, porres, “ex”-amores, enfim de tudo que passou, e fico me perguntando será que só eu me sinto assim? Ou todos lá no fundo também sentem essa saudade constante? To começando a acreditar na minha mãe, quando ela fala que eu sou um museu em pessoa, rs!
Será que tudo isso é uma espécie de medo que domina? É medo de entregar-me ao novo, por isso me prendo ao passado, porque mesmo sabendo que acabou, passou e algumas vezes me fez sofrer, de certa forma eu já provei e tive a oportunidade de ser feliz ali naqueles momentos, é como se eu já tivesse um selo de garantia e mesmo que um dia o produto pifasse eu poderia consertar e acreditar que pudesse funcionar novamente, uma espécie de confiança. Ou talvez seja outro tipo de medo, um que eu soubesse, tivesse essa garantia de ser feliz de novo, porém o medo de possivelmente perder essa tal felicidade fizesse com que eu me bloqueasse.
Às vezes sinto que isso nunca vai passar que eu sempre vou carregar essa magoa, esse medo aqui dentro de mim. Já outras vezes penso em se ser tudo passageiro e que tudo isso seja uma espécie de teste, é Deus testando minha fé, e um futuro glorioso me espera!
Quando penso na 2º opção sinto-me leve e confiante, mas logo vem o pessimismo que me domina e eu me pego lamentando e chorando minhas magoas.
Abraço-te sem te sentir, te sinto sem te ver, te vejo nos meus sonhos, sonho sem realização, falo sem você ouvir, mas ainda te ouço. E não vou negar tenho guardada aqui uma enorme esperança, mesmo sabendo da menor possibilidade, hoje desejo como nunca que tudo isso realmente acabe e que eu não sinta essa duvida constante e esse medo de viver.
Pensava que me fechando no meu ciclo de fantasias eu seria mais feliz, pronto tinha encontrado a formula da felicidade, eu simplesmente fechava os olhos e sonhava e lá acontecia tudo que eu esperava e depois eu tentava sorrir e acreditar que tudo tinha sido verdade e que tudo estava bem.
Mas a vida não pode ser assim e eu já sou grande de mais pra viver no mundo de conto de fadas, realmente eu estava feliz nesse tempo em que eu andava sonhando, porém era uma falsa felicidade e de falsidade na minha vida já estou cheia. E tudo ficava pior quando tinha que me deparar com a realidade o que não era muito inevitável e quando isso acontecia me fazia de durona para os outros e para mim, dizendo que não era nada. E outras vezes chorava calada, naquelas noites bem frias e acordava no outro dia com os olhos um pouco inchados mais nada que uma maquiagem não resolvesse e seguia enfrente, porém dessa vez foi diferente por mais que eu tenha chorado calada em uma noite fria, no outro dia não teve maquiagem que resolvesse porque quando me olhei no espelho senti falta de uma coisa que eu não vejo faz tempo, aquele sorriso, com o brilho nos olhos que eu sei que está apagado que foi arrancado de mim sem pedido de licença, e o pior se um pedido de desculpas.
Fico com raiva desse mundo em que muitas vezes não podemos admitir o que sentimos, por delicadeza, educação sei lá o que. Fico com raiva por que vejo gente mentindo, enganando, usando as pessoas e fico com mais raiva ainda em saber que eu também faço isso. Fico com raiva pelas loucuras que eu fiz e nada der adiantado e fico com mais raiva por ainda pensar em repeti-las.
Fico com raiva de não saber o significado de amar e saber tão bem o significado de sofrer. Fico com raiva em saber que o “Eu te amo” não é nada diante de muitas pessoas e que virou uma palavra comum. Fico com raiva de ser tão romântica nos dia de hoje onde a maioria das pessoas só pensa em sexo e sei que muitos garotos me vêem como um “pedaço” de carne e esquecem que aqui bate um coração. Fico com raiva e fico com raiva e essa raiva me faz chorar, e chorar muito.
Hoje me vejo mais perdida que cego em tiroteio, sem chão, sem a quem recorrer. O que me leva a diante e a crer que tudo isso vai melhorar é a fé que eu deposito em Deus, porque se não fosse Ele ao meu lado, não quero nem imaginar o que seria de mim...
Dica de hoje: BAIXE O ÁLBUM REFLECTION!
Há 10 anos